Mensagem

“Eu não vejo o fado só como um estilo musical. Para mim, implica uma atitude, uma forma de estar na vida, um universo cultural. Há muitas coisas ligadas ao mundo do fado. Claro, uma delas é, de facto, a música: a canção que se canta, a poesia que se escreve, a melodia que se cria. Mas o fado não é só uma expressão musical e é isso que lhe traz toda a magia. Não é fácil explicar.”

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

HELDER MOUTINHO | PORTUGAL EM DIRECTO

Vejam o vídeo (Portugal em Directo) de 2008.12.30 nesta página:
http://ww1.rtp.pt/multimedia/?tvprog=19455&idpod=20611 A PARTIR DE 3.41 minutos do final

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

HELDER MOUTINHO | Telejornal Sic Noticias

HELDER MOUTINHO | Expresso Online

Time Out Lisboa | Critíca | Que Fado É Este que trago

Que Fado É Este que Trago? HM/Farol
http://www.timeout.pt/news.asp?id_news=2818

Manager, agente, editor, Helder Moutinho é, acima e antes disso tudo, um grande fadista, dos maiores que o fado nos deu na última década. De voz contida, grave, por vezes a fazer lembrar crooners como os americanos Bing Crosby, Frank Sinatra ou Johnny Hartman...
Mas Helder Moutinho também merece destaque e atenção como autor de excelência, compositor de músicas e, mais ainda, um poeta que escreve para a sua própria voz – neste novo álbum, Que Fado É Este que Trago?, oito dos 15 temas têm letra da sua autoria – e para a voz de muitos outros e outras fadistas.

Como se isto tudo não bastasse, Moutinho é ainda um estudioso e um pensador do fado, do fado antigo e dos fados que se poderão fazer no futuro, não sendo portanto de espantar que este seu terceiro álbum, que quebra um silêncio editorial de quatro anos (o registo anterior, saído em 2004, é o celebrado Luz de Lisboa), seja uma reflexão inteligente sobre a essência do fado e quais os caminhos que percorreu e irá percorrer. E uma reflexão que não se limita à teoria, mas que apresenta exemplos práticos – e musical e liricamente extraordinários, muitos deles – de como se pode renovar o fado tradicional (exemplos: “Perdi-me nos Olhos Teus”, em que Helder Moutinho encaixa na perfeição um poema seu no Fado Mouraria, e “A Cor dos Olhos”, em que a utilização de acordeão e percussões faz o fado conviver naturalmente com o fandango), de como a ponte entre o fado tradicional e muito do novo fado foi feito através do fado-canção (o belíssimo “Esta Voz”, com letra de Moutinho e música do guitarrista Ricardo Parreira, que parece uma homenagem a Carlos do Carmo e à poesia de Ary dos Santos), ou como pode haver boa pop – pop mesmo! – no fado (“À Espera de uma Paixão”, novamente com letra de Moutinho e com música de Yami).

António Pires

segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008

Sob o Foco - In Time Out Lisboa

Sob o foco
http://www.timeout.pt/news.asp?id_news=2819

Homem de sete ofícios mas sempre com o fado como fio unificador, Helder Moutinho acaba de editar um novo álbum, Que Fado É Este que Trago? É uma pergunta que tem várias respostas mas que podem resumir-se numa só: o seu enorme amor ao fado, ao antigo das vielas de Alfama ou da Madragoa, ou aos outros que aí virão ou que, nele, já convivem com a tradição. Porque o fado até pode ser “maldito” sem deixar de ser possível trocar as voltas ao destino

A primeira pergunta, inevitável, é: afinal, que fado é este que trazes?

Também não sei muito bem. É o meu fado, o fado em que eu acredito. E é todo o fado, desde o tradicional até aos chamados fados-canção e aos originais, que ainda não sabemos muito bem se são fados e que, obviamente, ainda não são clássicos porque são novos, embora um dia possam vir a ser considerados como tal se forem aceites pelo grande público e até pela comunidade fadista. Sei que sou fadista, não caí aqui de pára-quedas, mas no fundo não sei lá muito bem qual é o meu fado.

Neste álbum criaste ou recriaste fados ao jeito tradicional, embora com letras ou músicas novas...

Sim. O “Labirinto ou Não Foi Nada” tem letra de David Mourão-Ferreira mas a música é minha, que eu compus com a estrutura de um fado tradicional, sem refrão. E chamei-lhe “fado labirinto” porque muitas das músicas de fados antigos onde podem caber várias letras diferentes assumem o nome da letra original. Por exemplo, o Fado Cravo, do Alfredo Marceneiro, chama-se assim porque a letra original falava de um cravo.

O tema que dá nome ao disco tem música é do Yami, que é angolano. E há quem diga que o fado nasceu em Angola, viajando depois para o Brasil e do Brasil para cá...

Pois, mas este fado não tem nada a ver com isso. O Yami tem uma particularidade interessante: ele nasceu em Angola, filho de mãe angolana, mas o pai é minhoto. Mas, apesar de na sua maneira de tocar ele ter muitas raízes africanas, ele veio para Portugal muito novo e está muito integrado no meio do fado. Em relação à origem do fado, acho que ele nasce de uma série de outros estilos que se encontram numa cidade portuária, Lisboa. E essas influências vêm de Angola, do Brasil, Índia, Moçambique... E é bom não esquecer os 700 anos em que os mouros cá estiveram. O fado é a convergência dessas melodias todas.

Neste álbum, à semelhança do que acontecia no teu espectáculo Maldito Fado, há instrumentos exteriores ao formato do fado: o acordeão e as percussões.

O Maldito Fado teve bastante influência na génese deste disco de estúdio. Os outros instrumentos não são uma novidade – a Amália e o Carlos do Carmo fizeram-no – mas foi uma experiência que decidi fazer porque são instrumentos vindos de outros géneros musicais. Como se fossem outras perguntas que eu faço.

António Pires

segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008